sexta-feira, 14 de maio de 2010

Paixão.

Meu sobrenome. E talvez meu maior desafio.

Tento evitar. Mas tem momentos em que não me obedeço. E assim vou me tornando o que não sou. Tolo. Bobo. Ansioso. Apreensivo. Sintomas perfeitos... para o erro.

Me assusta. Me assusta por ser tão inesperado. Ser tão inesperado, que mal tenho tempo de me preparar. Como um fenômeno devastador da natureza que passa sem hora para chegar e para acabar, deixando seu rastro de destruição.

Destruição que aos poucos vai consumindo o meu sentimental.

É uma tempestade de neve das ilusões. A pior de todos os fenômenos naturais. Silenciosa e fria, congela e mata meu coração aos poucos. E assim vou me acostumando.

É a seleção natural. Só os mais fortes sobrevivem.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Eu, um gato.


Desculpe-me por invadir sua residência, atormentar seu sono durante a madrugada ou chamar pelo seu nome por entre os telhados. Mas é que preciso desabafar com alguém.

Já sofri muito nestes meus 10 anos e necessito de um amor para a minha vida toda. Já fui humilhado, desprezado, xingado demais. Agora estou aqui, implorando pelo seu colo. Não sou bonito, não tenho raça, não tenho pedigree, não sou totalmente branco, nem totalmente preto. Mas serei eternamente grato por fazer esquecer a carência que existe em meu coração, sendo seu companheiro de todas as horas.

Apenas peço para que cuide de mim.

O Amor dos Tempos Modernos.


Examine o título. Uma antonímia entre palavras.

Foi-se o tempo em que poetas, músicos e escritores se inspiravam no amor para escrever. Saudades das sinceridades de Tom Jobim e Carlos Drummond de Andrade...

A grande verdade, meus amigos, é que o amor foi ridicularizado. Atualmente, este "tipo" de sentimento se resume aos animais e aos bens materiais.

Vamos pela lógica: Animais não falam, muito menos os objetos. Talvez o fato de sermos racionais seja o empecilho para que as pessoas se amem. A sociedade passa cada vez mais por profundas transformações; Estas, por sua vez, fazem-nos acreditar que as pessoas não são capazes de possuir qualquer tipo de sentimento afetivo entre elas, gerando desconfianças. A dor da ilusão pesa. Detalhe: Não me limito apenas a um relacionamento a dois. Isto abrange também a religiosidade, a família, a amizade...

Quanto mais as pessoas se iludem, maior é a convicção de que não existem esperanças para cultivar sentimentos tão verdadeiros, como o amor, numa realidade tão ordinária.

O mundo está ficando frio, enquanto o inferno são os outros.

sábado, 19 de abril de 2008

A espontaneidade.

Reúna todos os seus amigos para uma foto. São seus amigos, suponho que seja gratificante ser fotografado junto deles. Mas, filosoficamente falando, isso é tão... sem graça. São faces estereotipadas, prontas, falsas, saturadas, automatizadas. Sem ofensas, claro.
Agora faça diferente. Tire fotos sem compromissos. Você não estará usando a câmera, pelo menos, não na concepção das pessoas que estão sendo cobaias da espontaneidade. É nesse momento que você pode capturar a melhor das expressões, aquela que não é vista em um papel de 15 x 10 centímetros. A percepção é instantânea. O que eu quero dizer, é que todos nós somos belos, temos nossa beleza escondida atrás de gestos e expressões que não temos. Isso nos faz sermos originais, nós. Apenas seja você.

domingo, 30 de setembro de 2007

O perigo das nossas expressões.

Uma pergunta à espera da resposta esperada para uma determinada experiência, e seu rosto aparenta desgosto quanto a isso.
A seriedade aparece inesperadamente e seu sorriso debochado enaltece desprezo.
Um simples "sim" para o seu desejo e sua alegria é facialmente explicitada.
Um simples "não", contrário à sua vontade, pode ser o suficiente para uma mudança brusca de sua feição. A esperança é substituída pela tristeza de um fracasso.
Palavras duvidosas, e sua ansiedade pela certeza é agonizante.
Uma música, um livro, até mesmo uma pessoa que você goste e sua excitação é espontânea.
Uma palavra ofensiva e sua fúria é capaz de atravessar alguém como um rifle.


Tome cuidado com as suas próprias expressões. Não são somente as palavras que dizem.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Pessoas não são objetos.


Nós não somos aqueles presentes que, no dia em que você o ganha, lhe dá uma intensa felicidade e, no dia seguinte, lhe dá enjôo. Não somos os pratos e copos que você joga ao chão, quando está com raiva. Não somos os ursos de pelúcia que você adora, e que deixa de lado quando está desanimado. Lembre-se que mesmo as melhores pessoas da nossa vida e que se importam e se preocupam com ela, nada têm a ver com o nosso estado de espírito. Trate todos da melhor maneira possível, independente do seu dia. Saiba que ninguém entenderá seu momento, apenas você mesmo, e que não somos culpados por isso. A mistura dos "negócios com o prazer" pode afastar alguém que você ama e que te ama.

O Dom do Perdão.


Eu não sou a melhor pessoa do mundo para dizer algo sobre o perdão, pois ainda nem consegui dominar meu rancor, para começar a dominar meu perdão. Apenas algo relevante: Acontecimentos vêm e vão. O que seríamos sem eles? Nossa vida é um risco, e nada melhor do que irrelevar estes tais acontecimentos, e continuar em frente. Às vezes é até mais difícil nos perdoarmos, do que perdoarmos os outros. Agradeça às pessoas pelo que você acabou aprendendo, de um modo ou de outro. No meu ponto-de-vista, isso já é um começo de um perdão.